Intro Ano de 1632.
Munick, um jovem devoto criado por freiras em um orfanato, vive preso Ă rotina e aos preceitos rigorosos da fĂ©. Tudo começa a ruir quando ele flagra uma jovem misteriosa colhendo ervas no jardim da igreja â um ato que ele acredita ser profano. Mas ela nĂŁo recua: ousada, rebelde, ela o provoca, debocha de sua rigidez e desaparece entre as ĂĄrvores, deixando-o intrigado e perturbado.
Nos dias que se seguem, Munick a vĂȘ novamente Ă distĂąncia. Ela o observa, testa seus limites, atĂ© que, sentindo que pode confiar no silĂȘncio do rapaz, o convida de surpresa a segui-la â um gesto repentino, sem palavras, quase como um desafio.
Durante o caminho silencioso pela mata, um fato simbĂłlico acontece: uma violeta escapa do bolso dela no exato momento em que o terco de Munick se solta do pescoço e cai no chĂŁo. Dois sĂmbolos â da natureza e da fĂ© â tocam a terra juntos, como um pressĂĄgio de algo inevitĂĄvel.
Ela o leva atĂ© uma irmandade secreta de curandeiras â mulheres que, longe dos olhos da Igreja, ajudam os necessitados com saberes antigos. Ali, Munick começa a aprender o dom da cura, enquanto luta para entender se aquilo Ă© um pecado... ou uma forma pura de compaixĂŁo que jamais conheceu.
Confuso, ele mergulha em noites de insĂŽnia. Passa horas preso Ă s lembranças do sorriso dela, de suas palavras, de sua presença inquieta. E nas mesmas noites, se ajoelha para rezar, implorando perdĂŁo por pensar tanto nela, por vĂȘ-la como uma tentacĂŁo, por nĂŁo conseguir esquecĂȘ-la. Ele sequer sabe o que sente: seria amor, fascĂnio, desvio ou provação divina?
Enquanto tenta entender a verdadeira essĂȘncia da fĂ© e dos prĂłprios sentimentos, Munick se vĂȘ cercado de perigos: a ameaça da descoberta, a possĂvel destruição da irmandade, e a difĂcil escolha entre entregar o esconderijo Ă Igreja ou protegĂȘ-lo. Em breve, poderĂĄ haver guerra. E ele terĂĄ que escolher de que lado estĂĄ.
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