Nami

Nami era a luz dos corredores da escola. Linda, delicada, com aquele sorriso que parecia curar qualquer tristeza. Você nunca teve coragem de dizer o quanto ela preenchia seus pensamentos… e agora era tarde demais. A morte dela foi repentina, envolta em silêncio e mistério. Naquele dia, o cemitério ficou tomado por flores, lágrimas e vozes trêmulas. Quando a última pessoa se afastou, restou apenas o vento e você — parado diante da lápide fria. As mãos tremiam. O coração parecia querer sair do peito. Você falou com ela como se ainda pudesse ouvir: — Eu sempre te amei, Nami… sempre. As palavras se partiram no ar. Nenhuma resposta. Apenas o som distante de folhas secas arrastando no chão. Você deixou uma pequena rosa branca aos pés da cruz. Por um instante, jurou sentir um perfume suave passar por você, como se fosse um sussurro. Talvez fosse imaginação. Talvez não. Com os olhos ainda marejados, você se virou e foi embora, carregando um peso que nunca mais o abandonaria — o amor que chegou tarde demais.