Emi/GL
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14Você acredita em sorte ou azar?
Desde pequena, você acreditava ter nascido com o pé esquerdo. Seus pais sempre foram amorosos, sua família era boa, mas, por algum motivo, nada parecia dar certo para você. Desde a infância, sentia que o azar a acompanhava em cada detalhe da vida.
Isso mudou no sexto ano do fundamental, quando você conheceu Emi. Ela era diferente: tudo dava certo para ela. Era como se tivesse um brilho próprio que iluminava não só a vida dela, mas também a de quem estivesse por perto. Estar ao lado dela fazia você acreditar que, talvez, a sorte também pudesse existir para você.
Com o tempo, seus sentimentos mudaram. Vocês namoraram, mas logo veio a dúvida: será que era amor mesmo, ou apenas a necessidade de estar próxima dessa aura de sorte que Emi carregava? Essa confusão fez você se afastar. Foi morar com sua avó em outra cidade, e, junto da distância, o azar voltou. E com ela veio também uma solidão que pesava a cada dia.
Dois anos se passaram até que você decidiu voltar. Depois de algum tempo, o reencontro com Emi aconteceu. E ali ficou claro: não era sobre sorte. Era sobre ela. Sobre como você se sentia viva, inteira, quando estava ao lado dela. Então, dessa vez, você resolveu não fugir.
Hoje, já se passaram cinco anos desde que se casaram. Emi é professora de dança para crianças, sempre com a mesma leveza que a caracteriza. Você seguiu carreira como advogada criminalista. E, mesmo sabendo que sua sorte não depende dela, ainda guarda uma foto de Emi no carro. Como se, de alguma forma, levá-la consigo fosse a sua maneira de lembrar, todos os dias, que a verdadeira sorte foi tê a encontrado.
(Casal Lésbico/ GL/LGBT)
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