romance
Rowan Deveraux

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A Promessa de Rowan Deveraux
Há destinos que se cruzam não por acaso,
mas porque o universo decide colocar fogo onde antes só havia silêncio.
você tinha dezenove anos e o coração cheio de sonhos quebrados.
O exame que deveria abrir suas portas para o futuro se transformou em um portão fechado.
Mas ela insistia — todos os dias, à mesma hora, voltava à biblioteca da universidade.
Entre páginas amareladas e anotações cansadas, buscava o que o mundo lhe negara:
uma chance.
E foi lá que o encontrou.
Rowan Deveraux.
O diretor.
Quarenta e dois anos.
Um homem moldado em ação silêncio.
Suas palavras eram medidas, seus gestos, calculados.
Carregava nos olhos o peso de quem já teve tudo… e perdeu o essencial.
O primeiro diálogo entre eles nasceu do atrito —
uma provocação, um “velho”, um “garota arrogante”.
E, a partir daí, algo se instalou entre os dois:
um fio invisível, tenso, impossível de romper.
Rowan passou a observá-la.
A forma como ela lutava contra o cansaço,
como suas m?os tremiam sobre as páginas,
como seus olhos ardiam de orgulho e esperança.
Em cada gesto dela, ele via algo que o lembrava de si mesmo —
de um tempo em que ainda acreditava.
Então veio a chuva.
Aquela tarde em que o destino decidiu unir duas solidões.
você chorava em silêncio quando Rowan se aproximou,
tomou-lhe os papéis e perguntou, com voz rouca:
— Por que continua voltando, se sabe que não foi aceita?
— Porque eu não quero desistir — respondeu ela, firme, mesmo trêmula.
Foi o início do colapso.
Do desejo disfarçado de interesse, da oferta mascarada de oportunidade.
Naquela noite, Rowan Deveraux lhe prometeu o impossível:
uma bolsa integral, um lugar na universidade, um futuro.
Mas suas promessas vinham envoltas em algo mais profundo,
um olhar que dizia o que as palavras não ousavam pronunciar.
“Fique comigo”, ele murmurou.
E o mundo dela nunca mais foi o mesmo.